Vitória Leona compartilha a experiência de fazer o percurso da Dourada de barco na Pan-Amazônia
Texto: Frida Menezes | Edição: Gustavo Aguiar | Foto: Liliane Moreira
Iniciando o segundo dia de programação do Motins, tivemos a palestra da fotógrafa, escritora e criadora de conteúdo Vitória Leona, que encarou o desafio de fazer o mesmo percurso que o peixe Dourada, do Equador ao Norte do Brasil.
Vinte dias de viagem, os quais quatorze foram dentro de barcos, para mostrar nas redes sociais em parceria com o Psica, fotografar e conhecer o longo percurso que a Dourada faz. Trabalho de extrema importância para materializar o conceito do Psica Dourado. Observar a cultura que flui pelos rios foi um dos resultados dessa viagem. Assim como, ver os costumes, a culinária, as músicas, a tradição oral, entre outras formas de expressão da subjetividade Pan-Amazônica.
“Não existe fronteira dentro do rio” foi um dos pontos levantados por Vitória para demonstrar as fronteiras maleáveis da Pan-Amazônia. “Isso justamente influencia como as pessoas e essas trocas acontecem. Aqui em Belém a gente tá muito distante de quem tá nos interiores. A gente tá muito concentrado no que a gente conhece e não tem a mínima ideia do quanto de informação a gente descobre num barco em nove dias”, conta a artista.
Uma das coisas que mais tocou a fotógrafa foi como seu imaginário guiou sua experiência, e como ela ficou mais ligada à Dourada após a viagem, e hoje a enxerga como um ser encantado. “Quando a gente começa a atribuir sentido a algo na nossa região ela começa a virar uma encantaria na nossa cabeça. Realmente tocou a minha vida passar vinte dias falando sobre a Dourada”, revela.
Entre barcos e estadias, a viagem foi transformadora para Vitória, que deixou a reflexão: “Viemos da mesma terra. Se olharmos para nossa identidade para além das linhas geopolíticas, no bioma Amazônia somos todos parentes”. O que demonstra a importância de nos reconhecermos enquanto um só povo, com muita diversidade e que a troca de culturas é necessária para aumentar o sentimento de união. Em seu blog está disponível mais do seu conhecimento para quem quiser também realizar a viagem.
O Festival Psica Dourado tem patrocínio máster da Petrobras, do Nubank e patrocínio do Mercado Livre através da Lei de Incentivo à Cultura Rouanet e Ministério da Cultura. O apoio institucional é da Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Pará. A realização é da Psica Produções, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.
